Miss

em desfile

passando

na passarela

de todos

deixando

lembranças

eis

miss

ganha

concursos

marcante

como nem outra

senhorita dor  

rugas

vestígios

marcas

manchas

na pele

o tempo

que passa

deixa vagões

choros

aprende-se

a natureza

não se controla

se deixa

a dor

o riso

passageiros

mútuos

Du

Ei voá

vem

a cavalo

galopando

vem correndo

paisagens

sol e lua

nuvens e vento

o acompanham

dança pelos caminhos

vem

chegando

traz o ouro

que é a sua

companhia

aqui estou

esperando

para ver seu rosto

A Dor

Esses são os dias de vida
Costurado com lágrimas
Por fora os sorrisos
Disfarce, máscaras
Dias de andanças
Com chuva e Sol
Nos abrimos e
Fechamos
O piano dita a nota
Estamos ai
Vulneráveis
Ao tempo e natureza
Esses são os nossos dias

Domingo

Aos domingos

ponhava no rádio

fitas antigas

de Tonico e Tinoco

Os amigos traziam as cervejas

geladas a ponto de bala

Sentado na varanda

se vazia o dia de descanso

No clube do vovô

sábado a tarde,

as mulheres vinham a sua procura

Dançava com sua boca desdentada

ria, contava piadas, lorotas

“todo mundo gosta de gente alegre”

Andressa

Imersos em nossos infinitos

Nesta pangeia, num plural

Arquitetamos nossos desejos

Desenhamos os objetos que decoram

Fazemos a sala, a rua, a visão

A janela aberta, a porta fechada

Cortinas, praças, discos na parede

Violão a mão, Swift ou Radiohead

Mudamos móveis, um designer

Construtor, a gênese de nosso mundo

Quando aparece um hóspede,

O aposento está ali

Faça o check in, pose aqui

Durma, me conheça.

Gozo

num mile de segundo

perpetua tua espécie, oh homem

lança vida e desgosto

resumindo todo o assédio

a noite, a vontade se desvaneiam

se formam circos

tão rápido, disparato, tua apresentação

que se pergunta, o preço do ingresso,

valeu pra tal intento?