segunda-feira, 31 de agosto de 2009

AMANTE A LA CAZUZA

DESEJO-TE INEXCLUPULOSAMENTE
ROUBEI-TE OLHOS, BOCA E COLO
MEU DELÍRIO ACOITA SEUS DESEJOS
.
.
MINHAS VONTADES APAZIGUAM EM SEU SUOR
SUFOCO-TE COM MINHA EMBRIAGUEZ CARNAL
QUERO-TE INCESSANTEMENTE

Maria Desdentada

Descendo a ladeira,
lá vem a Maria Desdentada.
Destilando seu charme e remendo.
Vale-se a verdade: beleza Deus não a deu.
O que tem é força para lutar
e sonhos para realizar.
.
.
Vem rebrando Maria Desdentada,
anda no ritmo do gingar das bijoterias.
Usando vermelho e cheirando até o pescoço.
O charme a acompanha para mais um dia de rua.
Vai no ponto para um encontro marcar,
que é pro pão de casa não faltar.

Woodstock

GI-GI-Mundo que gira
V-V-Vou a caminhos vou
Do Oiapoque PING-PONG parto
HUF-HUF-HUF cala galo
Galopo sobre a mula-sem-cabeça
Hasta el fin del camino
Em VOLTO-VENTOS-VENTANIA
TEMPESTADE-TUFÕES-curupira
Semeia, semeando GU-GU-guaraná
DI-MAN-CA-O
EN-campos-TRE lobisomens
AU-AU-AU-Uivam
TRI-TRI-TRI-TRI
TOC-TOC-TOC-TOC
Vou TOC ao TOC Chuí TOC traçar
Linhas de Tordesilhas
O boto botou a bota do Saci
Eis que galopará comigo
Iremos nós conosco, pois só, só é triste
O dia da chegada ai de chegar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

VIETNÃ ÃNTEIV

Fecham-se as portas
Levo nos ombros o cansaço
e no coração a dor dos dias que virão
Levo a lembrança dos momentos
ímpares que tive ao seu lado
Trago seu corpo estilhaçado em My Lai
Trago a vergonha de ter sido soldado
e a carta de expulsão em minhas mãos
Simples, por ter admitido que amo
Calam-se as guerras

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A Grande Religião

Vamos nos rebelar

Vamos rezar pelos nossos santos

nossos ídolos, nossas influências

Vamos pagar nossos dízimos

as livrarias e cinemas

Vamos amar a arte

acima da morte, acima da dor

Vamos nos ajoelhar

santificar a liberdade

Vamos purificar a mente

com saraus e diálogos

Vamos VIVER.

A Grande Arte

Tintas, tintas, tintas

tintas vermelhas

vermelho Almodóvar

festim dum passado

tumultos, tumultos

traumas (Édipo).




Pincéis, pincéis, pincéis

pincéis oníricos

oníricos reais

festim de dúvidas

incertezas, incertezas

existência (Sartre).

Um Destes

Sobre

Sob

assim na superfície

assim na massa

olha

participa

analisa

congrega-se

critica

membra-se

antropólogo.

cidadão.

A Labutar II

Mexe, mexe, negro

mexe para labutar

que o capital vão cobrar.

A Labutar

Soa

trabalhador

para comida

em casa

pôr.

Quero

Quero alguém para respirar comigo,
bufar seus gemidos e ardores.
Quero sentir sua textura e me perder em seu relevo,
matar minha sede em seus lábios.
Quero viciar-me em seu cheiro,
gozar olhando sua face.
Quero soletrar em seu ouvido
e ouvir no meu “fique aqui”.