quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Suporte

As escadas servem de porto a repousar a sedução esmalte vermelho, salto a salto, alto a alto. Sobre subindo leva nos bolsos a grana, identidade, a malícia, a libido e a vontade de sorrir. Leva a cara, a coragem, o desejo, o romance, a conversa de botas batidas, leva a vagina...dedo no botão, bate as pernas, passa a mão nos cabelos castanhos escuros, da cor de seus olhos, da cor de suas sobrancelhas. A porta se abre, do ap sai Ana. Cumprimentos.
Descem duas, lembranças, lançam-se nas vias públicas a custa de aventuras, a custa de olhares, flertes, vão à procura de um homem para uma transa.
O bar se mostra de longe comum, no âmbito do casual, e o casual neste ambiente é alternativo. Quem naquela noite adentraria nas saias alheias, sentiria o odor e ouviria os gemidos de orgasmos. O dono do bar, homem ativo, feio por natureza, o amigo de transas, Celso. Hoje tinha que ser um sexo malicioso, libertino, queria o ardor do suor. Celso traz consigo o romantismo, então ele não iria gozar no recinto de lances de roupas, maquiagens e AC/DC nas paredes.
Cigarro na boca, traga, copo de cerveja na boca, molda os lábios, que antes, um segundo atrás disse, “ele, sem graça, coxas pequenas, censo incomum, prazer a média, não há possibilidade.”
Sexo a inteiro, logo pra Isa o dono do pênis teria que ser de costas largas, cabelos desarrumados, pêlos largos, rabiscado pelo tempo, sem traços de metrassexuagem. Dois na mesa ao lado, outros três ali, gays pressupôs. Gay, hoje, não. Sexo oral,apenas, hoje não.
Analisa, conversa, pede uma porção de batatas, fala com Ana sobre as fontes de prazer. Riem quando um cara de estatura baixa lança uma piscada e se deliciam com os indelicados jogos de sedução de um oriental, cuspindo ao chão e coçando o saco. Homens para que te quero?
As altas horas, insatisfeita com as ofertas, Isa diz a Ana: vamos pra casa, aceito sua última proposta.

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