quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Mulher

Às oito e dois, em frente a janela, como um dogma , toda manhã este lugar, esta olhada para o fora.
Meio dia e dez, corre na porta, na espreita, observa do vão a rua e seus pedestres. Seis e oito, na calçada varrendo as folhas inexistentes, admira, sustenta a leveza da graça, da divina graça, que é a beleza da menina.
Freqüente, recorrente como hóstia em missas e padres a desejar, o velho senhor conduz seu dia. A ação continuada e feita dos todos, numa sexta se deixou a não ser realizada. Quando de sua boca, saiu um “Oi” à garota.

A garota perplexa se manifesta: “Oi...sem relógio estou”.
-As horas já não me fazem falta, não procuro por elas.
-O que queres achar?
-A mosca na sopa.
-O inconcebível.
-Te tocar, seria algo que não pode ser feito.
-Um abraço.

O velho senhor no movimentar de suas pernas transladou até seus armários, das caixas que guardadas naquela estavam, se fazem nesta deixadas fotografias, recortes de jornal. Passa a mão por cima dos recordáveis e autentica a alta semelhança na face da mulher dos papéis lembranças a respeito da garota que transeunte a frente de sua casa.

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