terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ao que se diga sobre viver

A possibilidade de continuar dando marcha à vida é dolorida como é o simples fato do presente. Matheus chora sobre a cova de Selton, dois meses se passaram após seu corpo ser posto a sete palmos dessa terra, desse mundo.

A um ano atrás os dois quiseram viver juntos. Se apaixonaram, casaram e depois veio o amor. Como tristezas, também sentiram alegrias. Entraram na justiça para adoção de uma criança, a fim de se tornarem uma família. Lutaram por isso, papéis, idas ao advogado, idas ao Tribunal.

E em uma dessas idas, Selton foi assassinado por um ladrão. O vazio preencheu Matheus e agora que suas lágrimas caem na lápide, não sabe se vai à direita, assinar o último papel para ter seu filho entre as mãos. Ou à esquerda, onde voltará para casa. Sabe que pode dar cabo ao sonho do casal. Ponha a chave na ignição e acelera o carro.

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