domingo, 6 de dezembro de 2009

Nós, que eramos três

Eram prazeres, tristezas, choros, felicidades, eram palavras, filosofia e sexo. Era companherismo. Convocávamos nossos sentimentos e pensamentos em uníssono. Compreendíamos nossos orgasmos, nossas mãos, observava os dois, homens delicados e sensíveis. E quando transávamos sentíamos um. Era cheiro, emoção, era aventura.
Jogávamos nus em cachoeiras, corríamos em vastos verdes campos rodeados por paineiras, fumávamos maconha trocando alucinações de existência e objetivos de viver. Sem nenhum preconceito nos tocávamos para nos conhecer, nos tomar a própria consciência de ser nós mesmos. O importante é viver sem esse compromisso, era apenas o conhecimento de que um dia iria acabar e não se leva nada e não se deixa nada. Se queres marcar é pois porque tens uma mancha venérea, que corrói, aí quer manchar os outros, o itinerário é viver pra simplesmente viver. E eu, a mulher no meio daqueles dois gorotos e eles com eles, nos descobríamos, nos perdíamos, eis o carinho sem querer ganhar para um dia ser um perdedor.

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