domingo, 6 de dezembro de 2009

RITUAL

Tiro estas vestes de meu corpo sagrado, consumido por ti. Esses dedos ondulam minhas coxas, meu ventre, minha vagina e meus seios que deverás um dia foi acariciado pelo teus. Agora em frente ao meu reflexo, observo minha pele, trajada por marcas de prazer. Bebo meu copo de vinho e fumo, enquanto ando livre pelo apartamento, danço Maria Bethânia. Eis que agora solta estou, sinto o vento desvirginando minhas alegrias, quebro teus presentes, queimo nossas fotos, lavo os tecidos da cama e me deixo tocar por cada gota desta ducha, que limpa minha pele e minha alma. Rio e canto, me masturbo e sinto o prazer de não ser tua companheira. Ao fim deste ritual me desvirtuo de ti. Agora sou qualquer objeto que eu quiser.

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