quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Amanhã

Número seis. Aperta o número seis quando entra no elevador. Correndo vem a vizinha, entra, aperta o botão cinco. O veículo começa a se locomover. Nenhuma palavra é ouvida ou pronunciada por nenhum dos dois presentes.
Ela sai, ele abaixa a cabeça. Resmunga.
Seis. A porta do elevador se abre. Vagarosamente ele, da mesma maneira casual, caminha até seu apartamento 603. Este fica no fim do corredor, enquanto passa pelas portas dos outros, imagina o que ocorre em cada um desses lares.
603. Abre a porta. Logo se vê em sua sala de estar. E ela está lá.
Diz: Oi e dá-lhe um beijo.
-Como foi o seu dia?- pergunta.
-Ha, ha! Que divertido.
-Tive alguns problemas na empresa. O Juiz não aprovou o penhor das Casas Silvas. Já volto.
Tira o calçado. O chulé vem ao nariz. Tira a meia e estica os dedos. Volta do quarto. Pega sua maleta. Ponha ela sobre a escrivaninha. Vai à cozinha. Pega uma lata de cerveja. Abre ela. Toma um gole. Volta à sala e deita no sofá. Volta a conversar com ela.
-Eu sei. Temos outros negócios. E depois podemos rever este caso.
- Sim, podemos. Vamos pedir de calabresa
-Estava esquecendo a sessão de cinema, começa às dez horas. Não podemos perder.
-Já estou indo, então.
Sai do sofá. Deixa a lata de cerveja. Caminha até a escrivaninha. Abre a maleta. Pega um frasco. Abre. Pega duas cápsulas. Ingeri elas.
Adentra ao corredor. Antes vira para traz. Sorri quando a vê e diz:
-Também estava com saudades.
Vai ao banheiro. Toma sua ducha. Enquando se banha, chora. Tenta esquecer que mora só e que ela é apenas um papel. Pertecente a um fodder de comercial de cerveja.

"Gostaria que fosse diferente, gostaria de ouvir sua voz e que este texto fosse escrito desta maneira":

Diz:Oi e dá-lhe um beijo.
-Oi, lindo. Saudades.
-Como foi o seu dia? _Pergunta.
-Foi corrido na loja, fim de ano. É cansativo. Ai, cheguei e liguei para a mamãe.
-Ha, ha! Que divertido.
-Seu bôbo. Sempre sarcástico. E o seu, como foi seu dia?
-Tive alguns problemas na empresa. O Juiz não aprovou o penhor das Casas Silvas. Já volto.
Tira o calçado. O chulé vem ao nariz. Tira a meia e estica os dedos. Volta do quarto. Pega sua maleta. Ponha ela sobre a escrivaninha. Vai à cozinha. Pega uma lata de cerveja. Abre ela. Toma um gole. Volta à sala e deita no sofá. Volta a conversar com ela.
-Mas olha ainda tem o caso do Reginaldo, além do mais vocês podem pedir um penhor maior.
-Eu sei. Temos outros negócios. E depois podemos rever este caso.
-Estava pensando em comermos pizza, estou com preguiça de fazer alguma coisa. Podemos pedir?
- Sim, podemos. Vamos pedir de calabresa.
-Estava esquecendo a sessão de cinema, começa às dez horas. Não podemos perder.

-Então vai tomar banho. Vou ligar para a pizzaria. Não esquece do remédio.
-Já estou indo, então.
Sai do sofá. Deixa a lata de cerveja. Caminha até a escrivaninha. Abre a maleta. Pega um frasco. Abre. Pega duas cápsulas. Ingeri elas.
Adentra ao corredor. Antes vira para traz. Sorri quando a vê e diz:
-Também estava com saudades.
Vai ao banheiro. Toma sua ducha. Enquando se banha, ri.

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