quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
É ISSO
VERMELHO
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
O SANGUE ENTRE MINHAS MÃOS II
domingo, 6 de dezembro de 2009
A Festa dos Apóstolos para Emanuel
RITUAL
Nós, que eramos três
Jogávamos nus em cachoeiras, corríamos em vastos verdes campos rodeados por paineiras, fumávamos maconha trocando alucinações de existência e objetivos de viver. Sem nenhum preconceito nos tocávamos para nos conhecer, nos tomar a própria consciência de ser nós mesmos. O importante é viver sem esse compromisso, era apenas o conhecimento de que um dia iria acabar e não se leva nada e não se deixa nada. Se queres marcar é pois porque tens uma mancha venérea, que corrói, aí quer manchar os outros, o itinerário é viver pra simplesmente viver. E eu, a mulher no meio daqueles dois gorotos e eles com eles, nos descobríamos, nos perdíamos, eis o carinho sem querer ganhar para um dia ser um perdedor.
domingo, 15 de novembro de 2009
Aos 18
O que será de mim amanhã?
A resposta encontrarei esta noite,
na batida dessa saída obscura,
com minha ciência,
minhas roupas de cotelê
e meu All Star azul.
Abrir os olhos e encarar a realidade,
vou pôr minha cara a tapa
sem medo, receio e preconceito,
o que quero é experimentar
e então viver.
Escrito a duas mãos!
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Bananas Trufadas e Caramelizadas II, escrito a duas mãos
Modificado por Eder Rodolfo
Oculos Ray-ban, chinelos Havainas, bermuda xadrez e uma camiseta branca básica. Look perfeito para ir ao chaveiro naquela segunda de manhã.
Chega ao seu destino.
Atendentes: Velhos. Ora, pois, dentadura amarelada caindo à boca, remela impactante aos olhos de qualquer pessoa convencional, sulcos profundos na testa, nas bochechas... no corpo todo. Genitálias anacrônicas. Parecia que a névoa da manhã tinha se assentado sobre seus cabelos, os quais se viam embevecidos pela fumaça vinda de seus pulmões a cada tragada que davam.
Atendente mulher: Boa tarde, moço.
Atendente homem: O que você quer?
Mancebo: Venho, por meio deste, lhes informar que tenho conhecimento da palavra chave.
Atendente mulher: Qual?
Mancebo: Pois bem, a palavra é...
Atendente homem: Na mosca.
Atendente mulher: Chega mais.
Seguiram por um longo corredor negro. Abriram as portas da esperança. A sorte estava lançada.
Atendente mulher: Homo ou hetero?
Mancebo: O que me apetecer.
Atendente homem: Pode olhar.
Enquanto vistoriava, dizia a si mesmo: (pênis vinte centímetros Powerscrap) hoje não, (lubrificante Escorrega e Entra) hoje sim, (dados Kama Sutra Viintage) hoje não, (vagina pulverizadora Atenas Schifosa) hoje sim, camisinha Cabeça de Vênus sabor melancia atômica) hoje sim, (consolo vibratório L’Amour De Moi) hoje sim, (calcinha comestível Apertados em Santos sabor jabuticaba alemã) hoje não. Assim se seguiu a lista de compras nada convencional do mancebo que visitava os chaveiros.
Pi, pi, pi.
Atendente mulher: Tocou o som.
Atendente homem: Estou escutando.
Atendente mulher: Ele foi escolhido.
Atendente homem: Deve de ter as medida certas.
Atendente mulher: Se o computador tá falando, é verdade.
Atendente homem: Ele analisou pelas câmeras.
Atendente mulher: Então, vamos fazer o serviço.
De um baú ousado retiraram uma seringa de ouro de tolo, introjetaram aquele líquido peculiar de coloração rosa e, num pulo de gato, injetaram a solução no dorso da mão do mancebo. Ele caiu duro por terra. A morte chegou. Os atendentes abaixaram sua bermuda e seu samba-canção. Com o facão, deceparam o órgão genital do mancebo que não passava dos trinta e nove centímetros. O computador não errara.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Vestígios Invisíveis
alucinei sabores etéreos,
tracei o incerto futuro envolto de teu calor.
A felicidade utopizada ora roga pra ser ligitimada
ora para ser extirpada dos meus pensamentos,
que arrancam minha essência.
Regogizo tatear sua pele
na ilusão repetida,
em eco desse ego ferido.
Escalda em meu corpo esta vaga a ser preenchida,
em falta inquietante
ainda planejo o irrealizado,
em vã loucura
exalar teu cheiro.
Em trajeto irreparável,
perfura o âmago
indigna o ideal,
dissecando junto a esperança
de me afogar na melodia de tua voz.
Assim derramo a tristeza da fonte
a fim de secá-la.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Um abraço
Gerson Conrad
Ney de Sousa Pereira
.
O próximo paciente, o que se chama solidão, o que se chama morte, o que se chama patologia é o mesmo que se chama tristeza. Maria, na ânsia de não pensar a respeito da receita que daria a tais pacientes, trabalhava no hospital que a catedrou. Sua aposentadoria livrou metade de seu tempo a prazeres pessoais e a outra ao apartamento vazio na Barra. No que diz respeito ao primeiro, trabalha como médica, levando na bolsa a carteira de identidade, que acusa:
Senta na cadeira, leva a língua até o céu da boca, estremece o pescoço e olha para a porta. Branca, diferente de sua memória que agora usuflui de uma aquarela de lembranças. E ela se abre, como sua mente, como a morte.
Raciocina: como ele está diferente, seu cabelo ralo e loiro e seus olhos azuis se perderam num rosto enrugado, numa cabeça calva e num andar corcunda. De sua boca, as vibrações produzidas chegam ao ouvido de Maria.
-Espero que se lembre!
-O que fica são acontecimentos que nos marcam, ruins e bons, que o cérebro não apaga! ...E lembro-me de seu abraço.
-Pois me lembro da distância e do que não foi vívido.
-Do último não me lembro, não aconteceu! É, ah ... o tempo não volta e está passando.
-Seria diferente, uma outra vida.
-São escolhas, poderia ter transado com você, casado e envelhecido ao seu lado!
-Seria melhor?
-Apenas seria diferente.
-Bom, acho que não vale lamentar. O meu pai foi morto pelo seu e nós ... não há passado que se torne presente! Estou consumido.
-Então um abraço.
Cordialmente um abraço. Não há movimento oposto dos ponteiros do relógio!
China Girl
Longe de uma tradução,
se expressava numa linguagem emblemática.
No movimento da testa e na lágrima
percebia apenas sua tristeza!
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Carta ao Senhor Reginaldo
Trabalhei num restaurante, durante quatro primaveras, com uma parte do que juntei de meu salário e com a outra que roubei do caixa, comprei meus seios. Enquanto mantive um relacionamento com o irmão do dono do restaurante, tive uma vida regada a luxo. Isso acabou quando sua mulher descobriu nosso caso, mas de uma coisa recordarei:ele me presenteou com um tratamento para que meus pelos não mais nascessem. Tornei-me Rebecca.
Agora tenho uma profissão, sou transformista, drak-queen e me apresento como Cindy Lauper. Guardo alguns trocados para fazer a cirurgia de mudança de sexo e assim me tornar uma verdadeira mulher. Mas isso é externo, por dentro sempre fui e é isso que o senhor tem que entender. O meu corpo, minha fisiologia, o meu contorno não determinam meu psiquismo. Sou traveco, antes não fosse, seria Rebecca do mesmo modo. E o que sei, é que busco a felicidade.
De: Antes Leonardo, agora Rebecca.
A Face Escura da Vida
L: Sabe que sim, mesmo...
M: Mesmo assim, desfigurado?
L: Quero sentir o seu cheiro, quero sentir a textura de sua pele, quero você.
M: Se é isso, tome a faca! Se me anseia, use a faca em seu rosto e deixe ele com cicatrizes profundas.
L: E desse modo que você me ama?
M: Não foi fácil o acidente, não foi fácil tirar as ataduras de meu rosto e vê-lo deformado. Não é fácil ver o seu, nítido. Tenho ciúmes!
L: Isso não provará o quão gosto de você. Apenas vai me fazer sofrer!
M: E eu, eu já sofro! Você vai continuar olhando meu rosto enquanto transa comigo? Vai ter tesão?
L: Vou olhar em seus olhos, dentro deles. Eles continuam os mesmos.
M: Não vou supotar este estirpe. Me agoniza, não consigo me ver no espelho, não consigo me direcionar à sua face! Faça isso, seja como eu, me ame! Pegue a faca.
Narrador: Então L tomou a faca entre as mãos...
Lá
que germinará.
Do meu solo
florará o futuro.
O fruto vingará
entre minhas pernas.
.
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Possuo o segredo.
que desperta desejos.
De meu sotão
nascem mistérios.
A Caixa de Pandora escondo
entre minhas pernas.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
O SANGUE ENTRE MINHAS MÃOS
Escoa sobre meus dedos,
um prazer que toma meu corpo.
É semelhante estar escutando Edith Piaf.
Sinto-me leve e calmo,
preciso disso, ouvir e
sentir seus gemidos e suas dores,
enquanto as esquartejo.
É gratificante ver a tesoura de mamãe,
cortando e retalhando.
Pareço estar numa colcha
costurada de orgasmos.
Arquitetada como poemas shakespearianos!
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Carta a Betinho
.
As coisas aqui não andam fáceis, tem que se ter prudência e sobretudo medo. Mas acredito no futuro e na derrocada da carta do Rei de Copas, também sou utópico em não substimar a memória desse povo. Eles não esquecerão dessa prole de artistas e das lutas pra mudar.
Ontem vi Nara, coração de Leão, junto a ela estava Chico e Maria, se deliciavam em risadas, filmavam com Cacá Diegues. A boca do povo te proclama, Elis gravou uma música daquele amigo do Gonzaguinha, acho que seu nome é Aldir Blanc. As vezes prefiro que Clara Nunes tivesse posto sua voz, mas nos últimos tempos tem se preoucupado com a difusão da cultura africana. Me pergunto por Caetano e Gil, a Tropicália se extinguiu e não ouço mais as flores. Nosso espetáculo são os Novos Baianos e a preta, preta, pretinha Elza Soares.
Fui à Bahia com Jair, em desparadas conheci um tal de Glauber Rocha e lá também estavam os mineiros do Clube da Esquina. Receio que no futuro nossos jovens não se lembrem de Jobim, Secos e de Geraldo. Mas tenho que ter fé. Até mais, irmão do Henfil. Abraços.
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LEGO
Encontro em algumas pessoas,
peças que se encaixam.
Formando o contorno.
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Recorto olhares e colo bocas.
Desenho em aquarela sua expressão.
Esquadrinho cada ser
e capto traços que te lembram.
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Na ânsia de deslubrar sua feição
e me perder no mar de seus olhos,
acabo juntando partes para acalmar meu coração
e satisfazer a saudade de alguns momentos.
CATARSE
Pulsos mórbidos que não mais vibram
Olhos calentavam por uma nova razão,
viram a ferida da dor parasitar toda a alma
viram o corte profundo traçado no peito,
e a morte, que não desejava, foi a única solução.
..
Nos bailes da vida dançava sozinho.
Disse que era tudo leve e havia de passar,
mas somos nós seres que sofremos, não você.
Com nossa angústia num mercadológico processo.
Quem vai ganhar o concurso?
A mais bela e mais inteligente.
Vou embora sem o prêmio, sempre.
Joguei na mesa o dado da pressão dos 3:
carreira, dinheiro e beleza.
VocÊ veio e perguntou quem é vocÊ?
Tenho que responder sou um garoto de tal profissão.
Ansiava responder que sou e que gosto.
Não se meu cabelo é bonito.
É meu coração que bate por um país melhor.
Um educação priveligiada e uma retomada da arte.
Por isso hoje morro, por que vocÊs esqueceram quem sou.
Mas se lembram o que tenho. E não tenho vocÊ.
Os jovens apodecrem nessa luta capitalista, faça Medicina, compre Osmoze, seja chique.
Seja vocÊ, seja eu. Vamos comprar a poção pra nos fazer crescer internamente, vamos amar.
Não importa o meu carro. Importa-se com que digo? No que vivo?
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
A Minha Cidade Maravilhosa
Começo a me mover pelas ruas da Veneza Brasileira, passo pela Gávea, Barra da Tijuca e chego em Ipanema. Em minha boca nasce a vontade de cantar "olha que coisa mais linda, mais cheia de graça..." e continuo minha caminhada. Num momento um desejo trivial toma conta de mim: queria ficar nú e me banhar no mar de Copacabana, com vista para o Corcovado.
O Pão de Açúcar me espera, preciso agradecer ao Cristo Redentor de viver nesta cidade tão bela, a cidade do maior carnaval do mundo e peço que ele traga paz e união. Gostaria de ter asas, como os anjos, para poder voar e vasculhar cada canto, cada várzea, conhecer Nitéroi sem precisar passar pela extensa ponte Presidente Costa e Silva e ver a Rocinha como ela realmente é.
João Gilberto tinha razão em dar ao Rio o título de berço da Bossa Nova, não existe cidade mais boêmia e romântica que essa, afinal Chico Buarque vive aqui. No fim de mais um dia, o Sol se põe e posso então confirmar o que a música declara "o Rio de Janeiro continua lindo!"
EU
Algo novo, vida nova, dias terríveis, para isso existe Roberta e Flávia. Alguém que está marcado em minha memória é Márcia (não sei qual é nossa conexão) e das tristezas e alegrias de nossa fase escolar. A minha tia Silvia (pelos dias felizes em sua casa) e tia Ivone pelos ensinamentos. Minha mãe que sempre lutou por mim, amo-te. Minha infância foi marcada pela presença de minha prima Luiza e se hoje não é mais como antes, saiba que existe algo que ficou. À Katiele e ao Eduardo que eleveram meu nível de conhecimento. Não vou desistir de mim, não vou desistir de me encontrar e ser feliz. Não vou desistir de ser cineasta (queria achar a razão de tanto amor).
A História da Calma Maria
As minhas amigas dizem que sou estérica, que tenho ciúmes de tudo e de todas que chegam perto de meu marido. Eu não penso assim, só cuido do que é meu. Um dia meu marido estava na sala e eu no quarto. Aquele dia fiquei nervosa, ele estava na frente dela e ela na frente dele. Eu disse para ele:
-Vem amorzinho, vem pra cama, estou com saudades!
- É que está muito bom aqui -disse ele.
Eu fiquei morrendo de raiva, ele prefere a safada do que a mim. Sei que ela é novinha, tem belas curvas, é bonita e todos ficam o dia inteiro tentando vê-la. Mas eu, onde fico nessa traição indireta.
Depois de um demorado minuto, eu falei que se ele não fosse na cama naquela hora não responderia por mim. E ele me retrucou, blasfemando que eu era doida, que não estava acontecendo nada de anormal.
Fiquei uma arara, peguei-a de lado e a joguei para fora na janela. Eu tinha minhas razões, ele ficava hipnotizado olhando para ela, para a safada, a safada televisão.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
"A vida é muito longa quando se está sozinho" (The Smiths).
oLHO mÁGICO
Se Perdendo
as idéias se misturam.
A existência indaga meu ser.
Aprendi que de início é preciso amar-se,
assim amar-te é o que eu não faço.
O que de fato desejo é a calmaria
As linhas se cruzam e não há seta,
a que abafa a solidão é a direção a seguir.
Sei que os seres nunca alcançarão a felicidade.
As drogras que uso são meios de fuga,
a realidade parasita minha mente.
A revolução é o meio das cores serem sentidas.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
AMANTE A LA CAZUZA
Maria Desdentada
Woodstock
V-V-Vou a caminhos vou
Do Oiapoque PING-PONG parto
HUF-HUF-HUF cala galo
Galopo sobre a mula-sem-cabeça
Hasta el fin del camino
Em VOLTO-VENTOS-VENTANIA
TEMPESTADE-TUFÕES-curupira
Semeia, semeando GU-GU-guaraná
DI-MAN-CA-O
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
VIETNÃ ÃNTEIV
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
A Grande Religião
Vamos nos rebelar
Vamos rezar pelos nossos santos
nossos ídolos, nossas influências
Vamos pagar nossos dízimos
as livrarias e cinemas
Vamos amar a arte
acima da morte, acima da dor
Vamos nos ajoelhar
santificar a liberdade
Vamos purificar a mente
com saraus e diálogos
Vamos VIVER.
A Grande Arte
Tintas, tintas, tintas
tintas vermelhas
vermelho Almodóvar
festim dum passado
tumultos, tumultos
traumas (Édipo).
Pincéis, pincéis, pincéis
pincéis oníricos
oníricos reais
festim de dúvidas
incertezas, incertezas
existência (Sartre).
Um Destes
Sobre
Sob
assim na superfície
assim na massa
olha
participa
analisa
congrega-se
critica
membra-se
antropólogo.
cidadão.
Quero
bufar seus gemidos e ardores.
Quero sentir sua textura e me perder em seu relevo,
matar minha sede em seus lábios.
Quero viciar-me em seu cheiro,
gozar olhando sua face.
Quero soletrar em seu ouvido
e ouvir no meu “fique aqui”.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
O Teatro da Vida
Eis que o espetáculo começa,
com o teatro rugido de vidas.
Como numa peça de Brecht,
o ator ama, chora, ri e odeia.
Encorpora uma gama de sentimentos.
No Grand Finale,
a fadiga inunda o ser.
A cortina fecha.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
TRASH
Cresce inexplicavelmente no Freaks ucraniano, uma enorme bolha de pus radioativa. Este inseto não suporta tal estupor, explode. Pedaços de tecido e gosmas de pus alcançam as nuvens fazendo-as precipitar sobre o sul da terra amaldiçoada. Chuva radioativa que cai sobre humanos mórbidos anticulturais homofóbicos, tais gotas lambuzam os corpos desses seres neoevoluídos fazendo-os se transformar numa experiência de Hitler. Se tornam zumbis, canibais romerianos, que chupam sangue, trasladam esqueletos e devastam este planeta.
Se todos fossem Simon e Clara
vontade de mudar uma nação
desde a maré de pensamentos
até a realização da ação.
Por venturas andei sonhando
com o meu cavalo traçado,
traçado de cores patriotas.
Corri com o coração alado
e a voz contundente
em prantos de indignação.
Saltei muralhas e fiz do fundo
o lugar onde fui parar.
As margens dessa cultura
nadei no rio das revoltas.
Firme permaneci até dias de angústia,
buscando a identidade
de um povo que esquece.
Prece de um Cidadão
Arquitetando Morrissey
para esquecer que mora só,
que acorda só.
Vai ao cinema para poder lhe sentir,
para esquecer que cozinha para si,
que almoça consigo.
Vai a biblioteca para poder lhe falar,
para esquecer que é artista de si mesmo,
que ele mesmo contempla suas obras.
Vai a lugar algum para poder lhe abraçar,
para esquecer que ainda não lhe encontrou.
Dançando a Sós
A moça movimenta
suas curvas
em deslocamentos poéticos.
Sobressai-lhe a mão
em ritmo que toca o garoto.
Bernardo suspira.
A moça dedilha
suas pernas.
Encanta ao demonstrar toda dor
que sai em seus passes.
Interpreta ‘I know it’s over’.
Bernardo chora.
A moça contorce
seus membros.
Sublima a mente
ao dançar em descontinuidades.
Logo o garoto esquece que vai embora só.
DECIDI O BILATERAL
ser livre a todo instante.
Tragar minha alma a independência,
fazer da minha vida um mar unilateral.
Sentado em minha mente excêntrica,
avistei um par de andorinhas.
Refletindo em meu coração
conclui a idéia de não ficar só.
E de que toda espécie exprime,
necessita de alguém para repartir o prazer.
O grande prazer de viver.